sábado, 20 de dezembro de 2014

A educação escolar para a formação do sujeito

Educação, política e formação do sujeito.

          A educação escolar segundo a LDB é representada pelo estado. Ele tem como obrigação oferecer escolas de ensino fundamental até os níveis mais graduados de ensino da pesquisa e da criação artística. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação no seu artigo segundo diz:
A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” (LDB, p.8)

           Para termos atingido dentro da sociedade atual o entendimento sobre a importância da educação e termos criado leis que dão direitos aos cidadãos à educação gratuita e de qualidade é porque ver-se no processo educativo do indivíduo a possibilidade de melhoria dele como pessoa e do meio em que ele vive. Para que chegássemos a essa realidade foi necessário que a humanidade viesse desenvolvendo através de seus pensadores formas de organização do pensamento que buscassem fazer uma relação harmônica entre o ser, os seus pares e o meio. Contudo essa relação na realidade nunca foi tão harmônica assim, houve sempre dissonâncias entre as ideologias e fundamentalismos que culminaram em grandes tragédias: intolerâncias e guerras.
          A escola atual tem um papel fundamental na vida dos cidadãos, pois e nela que todos os valores sociais, culturais, tecnológicos e científicos vêm sendo difundidos, fomentados e discutidos. O indivíduo quando inicia sua vida escolar passa de alguma maneira a ser influenciado e influenciar nas práticas sociais, de forma objetiva ou subjetiva. Possivelmente seja a partir do seu ingresso no mundo escolar que ele vem se situar no tempo e no espaço de maneira significativa passando a ter perspectivas várias sobre seu papel na sociedade podendo desenvolver seu pensamento e articulá-lo com ações que podem ou não interferir significativamente na realidade.
          É importante salientar que embora a educação institucional aparente seja algo bom, ela pode também servir de manobra das massas sociais moldando-as aos interesses das classes dominantes. Segundo Costa (2000):
“O projeto da construção de uma sociedade do trabalho segue através do disciplinamento dos filhos das classes operárias, menores percebidos como potenciais elementos de desordem social. O binômio educação trabalho surge como instrumento de construção de uma nacionalidade.”(Costa 2000).
         
          Em nenhum momento da história se pode separar a política da educação desde que ela foi fundada, uma vez que toda ação política é o resultado de uma educação cheia de intencionalidade. O resultado dessas ações vai de alguma maneira colocar o cidadão diante de suas problemáticas que retornam como objeto de estudo para a compreensão de uma melhor elaboração dos pensamentos e adequações dessas ações na realidade.
          Os principais problemas da sociedade passam pelo julgamento político e são consequências das ações políticas que naturalmente influenciam a qualidade da educação, esta capaz, se feita com qualidade, propulsionaria a melhoria das práticas políticas. A inadequação da razão nessas práticas faz com que o homem caminhe a passos lentos e estagne nos problemas. Evidentemente muitos desses problemas são metafísicos, à medida que o homem busca fora de si, no transcendente irracional, nas outras coisas, a razão de ser, estar e viver que já é um transcender aos porquês filosóficos. Dentro dessa problemática surge o eu em oposição ao tu e ao nós. Heidegger diz:

“...a metafísica se determina como esquecimento, porque ela acontece efetivamente em um horizonte que já sempre traz consigo o esquecimento da verdade do ser. Para Heidegger, a filosofia Ocidental desviou-se do verdadeiro questionamento acerca do sentido do ser, buscando esse sentido num transcendentis, enquanto ele encontra-se no ente que o próprio homem é, “um ente na totalidade dos entes”, onde tudo é nele, por ele e para ele.”

          Essa confusão que até mesmos os filósofos fazem entre ser e ente, como destaca Heidegger, não seria diferente entre os cidadãos que fazem política e que sofrem à política, pois à medida que se faz a troca de valores do ser pela matéria, valorizando-se mais a matéria em detrimento do ser, vão se perdendo os reais valores e a percepção da realidade tornando a política em apolítica prejudicando assim a relação democrática e alienando a educação social.

          Mesmo de um ponto de vista otimista ou pessimista da educação escolar para a formação do sujeito é importante salientar que o presente pode proporcionar reflexões da filosofia pedagógica como propostas de busca significativa de valores reais para a educação como meta para melhoria das práticas políticas e desenvolvimento do indivíduo do meio e das relações sociais. 

Lucas Anderson

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