Educação,
política e formação do sujeito.
A educação escolar segundo a LDB é
representada pelo estado. Ele tem como obrigação oferecer escolas de ensino
fundamental até os níveis mais graduados de ensino da pesquisa e da criação
artística. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação no seu artigo segundo diz:
“A
educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e
nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento
do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para
o trabalho.” (LDB, p.8)
Para termos atingido
dentro da sociedade atual o entendimento sobre a importância da educação e
termos criado leis que dão direitos aos cidadãos à educação gratuita e de
qualidade é porque ver-se no processo educativo do indivíduo a possibilidade de
melhoria dele como pessoa e do meio em que ele vive. Para que chegássemos a
essa realidade foi necessário que a humanidade viesse desenvolvendo através de
seus pensadores formas de organização do pensamento que buscassem fazer uma
relação harmônica entre o ser, os seus pares e o meio. Contudo essa relação na
realidade nunca foi tão harmônica assim, houve sempre dissonâncias entre as
ideologias e fundamentalismos que culminaram em grandes tragédias:
intolerâncias e guerras.
A escola atual tem um
papel fundamental na vida dos cidadãos, pois e nela que todos os valores
sociais, culturais, tecnológicos e científicos vêm sendo difundidos, fomentados
e discutidos. O indivíduo quando inicia sua vida escolar passa de alguma
maneira a ser influenciado e influenciar nas práticas sociais, de forma
objetiva ou subjetiva. Possivelmente seja a partir do seu ingresso no mundo
escolar que ele vem se situar no tempo e no espaço de maneira significativa
passando a ter perspectivas várias sobre seu papel na sociedade podendo
desenvolver seu pensamento e articulá-lo com ações que podem ou não interferir
significativamente na realidade.
É importante salientar
que embora a educação institucional aparente seja algo bom, ela pode também
servir de manobra das massas sociais moldando-as aos interesses das classes
dominantes. Segundo Costa (2000):
“O projeto da
construção de uma sociedade do trabalho segue através do disciplinamento dos
filhos das classes operárias, menores percebidos como potenciais elementos de
desordem social. O binômio educação trabalho surge como instrumento de construção
de uma nacionalidade.”(Costa 2000).
Em nenhum momento da
história se pode separar a política da educação desde que ela foi fundada, uma
vez que toda ação política é o resultado de uma educação cheia de
intencionalidade. O resultado dessas ações vai de alguma maneira colocar o
cidadão diante de suas problemáticas que retornam como objeto de estudo para a
compreensão de uma melhor elaboração dos pensamentos e adequações dessas ações
na realidade.
Os principais problemas
da sociedade passam pelo julgamento político e são consequências das ações
políticas que naturalmente influenciam a qualidade da educação, esta capaz, se
feita com qualidade, propulsionaria a melhoria das práticas políticas. A
inadequação da razão nessas práticas faz com que o homem caminhe a passos
lentos e estagne nos problemas. Evidentemente muitos desses problemas são
metafísicos, à medida que o homem busca fora de si, no transcendente
irracional, nas outras coisas, a razão de ser, estar e viver que já é um transcender
aos porquês filosóficos. Dentro dessa problemática surge o eu em oposição ao tu
e ao nós. Heidegger diz:
“...a metafísica se determina como esquecimento,
porque ela acontece efetivamente em um horizonte que já sempre traz consigo o
esquecimento da verdade do ser. Para Heidegger, a filosofia Ocidental
desviou-se do verdadeiro questionamento acerca do sentido do ser, buscando esse
sentido num transcendentis, enquanto ele encontra-se no ente que o próprio
homem é, “um ente na totalidade dos entes”, onde tudo é nele, por ele e para
ele.”
Essa confusão que até
mesmos os filósofos fazem entre ser e ente, como destaca Heidegger, não seria
diferente entre os cidadãos que fazem política e que sofrem à política, pois à
medida que se faz a troca de valores do ser pela matéria, valorizando-se mais a
matéria em detrimento do ser, vão se perdendo os reais valores e a percepção da
realidade tornando a política em apolítica prejudicando assim a relação
democrática e alienando a educação social.
Mesmo de um ponto de
vista otimista ou pessimista da educação escolar para a formação do sujeito é
importante salientar que o presente pode proporcionar reflexões da filosofia
pedagógica como propostas de busca significativa de valores reais para a
educação como meta para melhoria das práticas políticas e desenvolvimento do
indivíduo do meio e das relações sociais.
Lucas Anderson
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