sexta-feira, 29 de outubro de 2010

pequeno olhar sobre a música alagoana

Os músicos alagoanos são excelentes, bastante virtuosos, viajados em vários ritmos, também, com a riqueza dos gêneros musicais alagoanos, só poderia ser assim. O coco, as cantigas dos mestres populares, o maracatu, o frevo e o samba, ritmos de raízes negras que esta terra guardou durante todos esses séculos através dos quilombos, favorece esta possibilidade de surgimentos de grandes artistas como: Djavan, Hermeto Pascoal, Roberto Diamanso, Billy Magno e outros grandes gênios. Por um motivo claro e ao mesmo tempo complexo talvez poderíamos esclarecer o por que de alagoas não ser um circuito cultural da música tão forte como Pernambuco e a Bahia. Ora, se observarmos esses estados, notaremos que eles possuem destaque na cena musical nacional e internacional, porque seus artistas mais antigos se propuseram à criação de movimentos intitulados e com propósitos ideológicos e artísticos bem delimitados. Não se tem noticias de que os músicos alagoanos tenham feito algum movimento organizado com o propósito de marcar na sena cultural brasileira a identidade alagoana, identidade esta que está sendo bem representada no maracatu e no frevo de Pernambuco. Se isto ocorre por incompetência ou ingenuidade dos artistas de alagoas, não se sabe, o que se sabe é que nos bastidores das instituições que tem por finalidade a divulgação e a fomentação da música alagoana o que se vê é a falta de recursos, e o pouco que já tem é destinado à conhecida “panelinha”. É uma pena, porque grandes instrumentistas têm que desperdiçar seu talento tendo que tocar com grupos estereotipados sem qualidade artística para poder ter uma vida confortável, e outros tantos não têm nem se quer a possibilidade de mostrar seus trabalhos porque estão à margem da margem. Há relatos de artistas talentosos, porém marginalizados, que até nas canjas dos eventos abertos eles não conseguem apresentar seus trabalhos, pois rola um medo dos já “consagrados” se sentirem para traz. Sempre é tempo de mudar, o reggae alagoano é um exemplo disto, parece já haver um movimento se solidificando, mas que ainda encontra a falta de impulso junto à iniciativa privada e pública. Outras manifestações que estão ocorrendo são as do Rip-hop e do Rap, nas quais grupos da periferia de Maceió e até do interior do estado estão promovendo arte com a força e a coragem. Este desabafo é simplesmente a expressão do sentimento da falta de organização dos artistas alagoanos e principalmente da falta de incentivo dos governos e dos empresários, que dos quais podemos esperar tudo, menos incentivo à cultura e a boa arte, pois Alagoas é o estado da federação que existe a maior concentração de renda por parte da elite. Lucas Anderson

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