Meu
velho maquinista
Há tempos não sentia um sentimento
tão forte e uma lembrança que parecia trazê-lo à presença. Foi cruzando os
trilhos do trem, ao soar da buzina desse gigante que ele conduzia, que me
explodi de emoção e lágrimas. Fundiu-se o próprio som da sua voz em minha
lembrança com aquela buzina. Continuei a caminhar ao seu lado vendo vagão por
vagão passar como se cada um fosse um dos anos que nos distanciam do nosso
último encontro. E, aos poucos, fui vendo-o desaparecer por entre as curvas dos
trilhos da vida e só me deixando a vontade de chamar: Pai!
Lucas Anderson
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