quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

A pesquisa na educação

          Naturalmente o ser humano vive sempre a se questionar e a questionar a existência das coisas. Como e por que, disso ou daquilo. Historicamente podemos relatar como surgimento das ciências, a filosofia que tem como um de seus objetivos a indagação constante e a investigação das coisas com o: Por quê? Sabe-se também que muitos filósofos como Platão, Aristóteles, Sócrates, Nietzsche, Carl Marx e outros contribuíram bastante com a estruturação dos modos de busca pelo conhecimento.
         
          O homem desde que nasce busca, através dos sentidos, perceber-se e ao mundo a sua volta. À medida que ele vai conhecendo e interagindo com as coisas os seus próprios sentidos vão se aperfeiçoando assim como também suas propriedades subjetivas. O seu pensamento passa a fazer reflexões e a partir delas ele desenvolve o raciocínio crítico que vai formando seu caráter. A respeito do desenvolvimento do homem, diz Demo (2002, P.11):

“[...] a criança é, por vocação, um pesquisador pertinaz, compulsivo. A escola, muitas vezes, atrapalha esta volúpia infantil, privilegiando em excesso disciplina, ordem, atenção [...]”. Desde os primeiros dias de vida, a criança é instigada pelo ambiente que a cerca a descobrir e a descobrir-se. Durante toda a infância, a curiosidade está presente, provocando a criança a aprender, a entender, a descobrir e a inventar.”

          A escola obviamente tem um papel fundamental no desenvolvimento da sociedade e do indivíduo. Nela, ele é iniciado nos principais conceitos das ciências e vai se tornado uma espécie de guardador dessas ciências e cidadão capaz de exercer seus direitos, muito embora, com os problemas existentes na sociedade atual, muitas das vezes ele não seja capaz de realizar as práticas que são resultados das teorias, por várias razões, seja de ordem política econômica, seja por falta de vontade própria, pela falta de aplicabilidade, pela impossibilidade social, ou até mesmo pela depreciação que se encontra a educação brasileira, quiçá mundial. Mas temos que tomar cuidado, pois a escola também tem o seu lado obscuro, onde se esconde o interesse capitalista burguês. Se aproximando dessa ideia podemos refletir sobre o que diz Demo na transcrição acima.
      
         No âmbito escolar o papel da pesquisa é fundamental, pois é através dela que se pode chegar a melhor resolução das situações problemas, bastante comum acontecer na escola, seja em qualquer dos níveis de educação. Notoriamente percebe-se que as pesquisas científicas são exclusivamente desenvolvidas nas universidades, principalmente aquelas que têm tradição em pesquisa, Como UNICAMP, USP, UFB, entre outras. As escolas de educação básica brasileiras não têm como tradição a pesquisa, porque os professores, por tradição institucional ou do próprio profissional não foram formados para fazer pesquisa, e quando fala-se de pesquisa, entende-se aquela com toda exegese e não aquelas  meramente exploratórias. Como diz, a pesquisa escolar está montada nos moldes ensinar e aprender. Obviamente, não podemos generalizar, existe sim pesquisa no âmbito da educação básica, no entanto de proporções mínimas se comparada às universidades. Estas por sua vez perdem significativamente para as empresas especializadas em fazer pesquisas, inclusive se valem delas para realizar pesquisas em seu próprio meio como se fossem incapazes de realizá-las legando a outrem o seu papel.

        
         Atualmente um dos grandes desafios da educação é fazer com que todos os professores tenham a noção de pesquisa e como ela é feita, para que ela não fique sob a responsabilidade de outros profissionais fora do meio educacional. Ela também não pode ser vista só como forma de se atingir o conhecimento, mas também uma ação cidadã.

Lucas Anderson

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