Atualmente, no âmbito
da dependência química, aboliram a forma de apresentação do indivíduo como
sendo ex-alcoólico ou ex-alcoólatra, ex-drogado, ex-viciado, etc., Por exemplo,
o indivíduo ao se apresentar nos grupos de recuperação se apresenta da seguinte
forma: “meu nome é Carlos, sou adicto em recuperação”. Isto significa que ele
está afirmando que é um adicto, ou seja, escravo. Dessa forma ele assume a
condição de escravidão colocando-se sempre nessa situação.
Onde queremos
chegar com essa explanação? Será que essa auto-afirmação prejudica o indivíduo
de alguma forma? Pois se cada vez que ele afirma que é escravo está incutindo
em sua mente que vive uma condição de submissão e dependência total do que lhe
faz dominado. Isto parece ser contraditório ao objetivo que lhe faz querer
entrar em recuperação, ou seja, libertar-se da dependência.
Para a
maioria das pessoas que estão engajadas no que diz respeito à recuperação de
álcool e drogas, não se pode tirar tal convenção do âmbito da recuperação, pois
é a partir daí que o indivíduo reconhece que é impotente perante a sua
substância de preferência. Segundo os criadores dos doze passos de alcoólicos
anônimos, Bill e Bob, é na admissão que damos o primeiro passo à recuperação.
Nessa perspectiva, muitas pessoas que viveram ou vivem o trágico das drogas
estão “de pé”, e mesmo muitos dos que escorregam, retomaram um programa de
recuperação, e outros já se conscientizam de que vivem um problema com drogas.
Isso mostra que o programa desenvolvido pelos americanos, Bill e Bob, e que foi
adaptado por grupos de auto-ajuda de todo mundo, tais como: NA (narcóticos
anônimos), PHNP (por hoje não pecar na sexualidade), a “bíblia dos doze passos”
e etc., é de inteira importância para a recuperação da dependência química.
É indubitável
que o que já é bom pode ser melhorado. Basta analisarmos as tecnologias, a
Farmácia, a informática e várias outras ciências. E o intuito deste texto é
melhorar a recuperação dos dependentes químicos, através da discussão de um
tema aparentemente simples, porém, interessante, pois diz respeito à saúde e a
um problema que é um dos piores na sociedade humana.
Há alguns anos, algumas instituições já
estão adotando no tratamento da dependência química o desenvolvimento da
espiritualidade como essencial à recuperação. E é até interessante porque mesmo
Bill e Bob falam de um despertar espiritual, e eles são os criadores do
programa de recuperação que é mais eficaz até hoje, até mesmo do que o da
Psiquiatria (com a abordagem medicamentosa) e o da Psicologia, com uma
abordagem de conhecimento de perfil psicológico. Então podemos atribuir ao
processo de recuperação o fator espiritual como parte essencial da recuperação.
Se tomarmos como
exemplo de recuperação fatos bíblicos, vemos que o que corre é uma mudança de
estado. Quem era aleijado passa a andar, quem era cego passa a ver, quem estava
morto passa a viver. Então será que quem
está em recuperação permanece escravo?
Será que se tirarmos esse fardo das costas das pessoas que
usaram drogas estaremos avançando e melhorando a vida do indivíduo? Eis uma questão a ser bastante debatida.
Lucas de Cristo
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